domingo, 2 de março de 2014

Dedos Divinos

Dedos  divinos                   Amélia Luz – Pirapetinga/MG

Esses dedos finos, divinos
São dedos farejadores
Caçando em símbolos
Esplendores banhados de luz.
Esses dedos leitores
São olhos escancarados
Abrindo janelas multicores
Na escuridão bravia
Dos porões da vida!
Esses dedos sem medos
Enxergam  amanheceres
E alegres arrebóis
E das cores do arco-íris
Fazem seus versos diversos...
Esses dedos farejadores
Esses dedos caçadores
Esses dedos sem medos
Contam seus muitos segredos
Ao voares na rosa dos ventos
Num mundo de tantos mistérios
Que somente a sensibilidade

Do poeta pode perceber!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


“100JUÍZONEM1”



Menina bem nascida,
Na escola nota zero
Namoradeira, ficante,
Interessante, nas ondas
Da noite carioca.
Paradas radicais,
Roqueira no point da orla.
Fumava, bebia, cheirava,
Classe média alta,
Cartão de crédito no bolso,
A cidade a conquistar.
Baile funk, loucuras,
Baladas noite a dentro...
Beijar, fazer sexo, extravazar,
Viver a vida bem vivida!
Vestibular, é coisa careta,
Nem pensar!
Moto, carro importado,
Amigos desajustados.
Curtir, esbanjar mocidade,
Extrapolar inconseqüente,
O momento, o agora!
Ontem, depois de uma festa,
Seu corpo, indefeso,
Foi encontrado sem vida
Dentro de um quarto vazio
Numa cobertura de luxo,
No bairro do Leblon.
Autópsia: overdose!
Na camisa uma só palavra,
Com  letras enormes: HELP!


MEU  POEMA  VERBAL

Pseudônimo: Capitu

NASCER
ser
chorar
ouvir
olhar
rir
balbuciar
falar...
DESCOBRIR
achar
perder
suportar
pedir
chamar
sentir
consentir...
PENSAR
transitar
esperar
entender
saber
escolher
dar
poetar
AMAR!!!
Padecer
analisar
sofrer
envelhecer
murchar
acabar
silenciar...
MORRER!!!

Mulher


                                        MULHER

Pseudônimo: Capitu - Autora: Amélia luz


Desato o nó do avental, nada mal,
sou mulher com idéias em vendaval...
Deixo o fogão, a frigideira, a prisão,
saio na contramão fazendo a minha liberdade!
Num grito,num gesto, num manifesto
deixo de lado a casa, o pó, a servidão
sou agora um novo modelo em ascensão.
Utilizo cosméticos sofisticados,
em bom tom sou balzaquiana avançada,
ou ingênua, tímida, provinciana,
mulher doidivana conquistando mundos.
Sou cidadã, cortesã, discreta, concreta,
tenho Brazão de Portugal, sou prima do rei,
tenho até impressão digital.
Como o sexo oposto sou, superior e forte!
Piloto avião com as forças do meu coração,
sou atuante, executiva, participante.
Tomo cerveja, minh’alma sobeja,
divido o pão de mão em mão!
Batalho na linha de frente, posso até ser presidente.
Voto, tenho carta de motorista,
tenho visto em passaporte decidindo aminha sorte.
Assim, vôo para o sul, vôo também para o norte,
manobro na “gentil pátria amada” em missão partilhada
seguindo a força do meu tempo!
Mulher, afinal, ser ou não ser, querer e poder,
questão, resposta, solução proposta?
Encorajar, viver, criar asas, ser forte como o nascer...
Ser delicada amante, amada, submissão sem algemas,
ser sobretudo, mulher!




GONZAGÃO - Homenagem aos 100 anos de Luiz Gonzaga.


Pseudônimo: Capitu

Lá vai o Gonzagão
saindo do sertão
debaixo do braço a sanfona
na cabeça a filosofia popular
da riqueza nordestina,
com amor fervoroso no coração.
Lá vai o Gonzagão de pau-de-arara
do sopé do Araripe
para as feiras, praças e ruas
debaixo de sol, debaixo de lua
tocando e cantando com alegria
mostrando toda a poesia
que brotava teimosa da terra seca
no forró de pé de serra
de um animado baião.
Nasceu em Exu do árido Pernambuco
assim como nasce o mandacaru
filho enraizado de natureza rústica.
De notas musicais se amamentou
cresceu vigoroso e forte virando mundos.
Relíquia incomparável do sertão
o “Rei do Baião” espalhou o nordeste
voando livre de “Asa Branca”
de norte a sul do nosso Brasil,
traço inconfundível da cultura nacional
símbolo das nossas tradições sertanejas!   Autora: Amélia Luz

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ESPIRAIS

Joguei moedas na fonte dos sonhos
penteei com os dedos os raios da lua.
Sonhei um arco-íris no horizonte
para cada amanhecer.
Amei, amei tanto que fugi...
Fugi para tão longe
que não poderia mais voltar,
tal a distância!
Eu já estava mais perto do infinito
que do ponto de partida!
Segui o rumo da estrela do oriente
no espaço sideral dos meus devaneios.
Prossegui viagem!
Sopor, leveza, êxtase supremo...
Uma suave solidão me tomou de repente...
Meu olhar alcançara o alvo
e Deus falou ao coração,
agora liberto das cruzes da vida...
Um brilho estranho me cegava os olhos
e me enchia de grande emoção...
Invadida pela luz da razão
escancarei as portas da alma,
atei minhas mãos frágeis
às mãos da justiça divina.
Assim, alcancei a carruagem que passava
e que me levaria à grande mansão...
Eu me completava,diante do meu Criador!
Sorvi com ele o elixir da vida eterna,
descobri meu nome gravado no livro da vida,
participei do banquete celestial
saboreando o manjar da salvação
que ele, naquele dia,
preparara só para mim!
Recebi meu galardão,
aquietei a alma e adormeci,
nos braços santos do meu Senhor!